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ANSIEDADE EM CRIANÇAS E JOVENS




As crianças e os jovens parecem adaptar-se às situações com maior facilidade que os adultos, mas tal não é bem assim. Eles simplesmente escondem e recalcam os sentimentos, até um dia em que tudo vem ao de cima.

Inúmeras teorias tentam explicar um comportamento cada vez mais notado – e preocupante – nas crianças do mundo todo: a ansiedade.

Os motivos, segundo especialistas, são muitos, mas estão especialmente ligados ao ritmo frenético com o qual pais, mães, professores e toda a sociedade está vivendo.

A vida agitada, a agenda lotada e a tecnologia sempre disponível, faz com que não se aprenda a desenvolver a paciência. As crianças não precisam aguardar pelo seu programa favorito na televisão, podem assisti-lo a qualquer hora e em qualquer lugar. É comum observarmos os pequenos absortos em tabletes e telemóveis em restaurantes, para que todos jantem em tranquilidade.

Os sintomas, que acometem principalmente crianças na faixa dos 6 a 8 anos, caracterizam-se por preocupações excessivas quanto aos perigos que envolvem os pais ou a si próprio, relutância em estar desacompanhado deles e a dificuldade em adormecer ou dormir fora.

Quando se torna patológica, a ansiedade interfere no quotidiano das crianças, impedindo-as de levar uma vida normal. Como nem sempre os mais novos têm consciência do que está a acontecer, cabe aos adultos estarem atentos aos sinais.

Quando uma criança é exposta a uma situação nova, como um teste ou uma mudança de escola, é normal que se sinta ansiosa. A chamada ansiedade adaptativa é uma emoção normal, que ajuda o ser humano a lidar com as dificuldades. No entanto, a ansiedade torna-se um problema quando é tão intensa e tão frequente que afeta o normal funcionamento da criança.

Existem vários tipos de transtornos de ansiedade na infância e adolescência, sendo os mais comuns o transtorno de ansiedade generalizada, o de pânico, o da ansiedade da separação, o de ansiedade social, o de desempenho e as fobias, comprometendo as suas relações com os outros, a aprendizagem e o sono.

Nas faixas etárias mais novas, nomeadamente no pré-escolar e no primeiro ciclo, é comum surgirem perturbações de ansiedade de separação. Nesses casos, as crianças ficam muito nervosas e com medo quando têm de se separar das figuras de referência. Se a criança sofrer de ansiedade social, terá dificuldades em estar em contacto com estranhos. Por isso, evita festas de anos e até a escola, por exemplo.

Pais e professores são fundamentais na identificação precoce da ansiedade, uma vez que as crianças tendem a não perceber o que se está a passar ou a pensar que mais ninguém está a passar por aquela situação.


O que os pais devem fazer

► Incentivar os filhos a estarem com amigos

► Dar-lhes espaço para falar de inquietações

► Apoiá-los na forma de lidarem com os insucessos

► Não evitar as situações que desencadeiam ansiedade, mas sim apoiá-los na forma de as enfrentar


CRISES DE ANSIEDADE NOS ADOLESCENTES


A ansiedade está muito presente na adolescência. A pressão da escola, da vida social e das atividades extracurriculares pode stressar muitos adolescentes; a ansiedade decorrente também pode ser sintoma de um transtorno mental.

Caso a ansiedade esteja se tornando preocupante, você como pai pode ajudar o seu filho adolescente. Fale com ele e deixe claro que podem conversar a qualquer hora; promova o pensamento positivo e encoraje-o a encontrar modos de lidar com o stress que está sentindo. Se julgar necessário, procurem ajuda externa, pois transtornos de ansiedade e depressão muitas vezes precisam da ajuda especializada de profissionais de saúde mental.


Geralmente, o transtorno de ansiedade, expressa-se através de sintomas físicos, tais como palpitações, agitação, tensão, dificuldade em respirar ou falta de ar, dores no peito ou costas, dificuldade em engolir, fadiga, transpiração excessiva, tremores, perturbações do aparelho digestivo, irritabilidade, dores de cabeça, etc.


COMO AJUDAR O ADOLESCENTE A SUPERAR A ANSIEDADE


  • Encoraje-o a falar consigo a qualquer hora. 

Se está ansioso por algum motivo específico ou tem um transtorno de ansiedade, estabeleça um porto seguro para ajudá-lo a lidar com a questão. Ele deve saber que você está perto todo o tempo, disponível para conversar e apoiá-lo incondicionalmente.

  • Ouça sem julgamento, pois a ansiedade e o stress podem envergonhá-lo. 

Há um enorme estigma acerca de problemas de saúde mental, o que faz com que muitas pessoas temam dizer o quanto sofrem com as emoções. Caso o seu filho converse com você sobre a ansiedade que sente, não o julgue.

  • Reconheça os sentimentos do seu filho. 

A ansiedade pode ser nociva, mas é parte normal da vida. Deixe claro que não há problema em sentir tristeza, ansiedade e stress de vez em quando. Reconheça o que está sentindo, mesmo se as preocupações dele forem irracionais. Tome muito cuidado para não passar a impressão de que o que está sentindo não é importante.

  • Evite rótulos negativos. 

A ansiedade adolescente normalmente é rotulada de modo pejorativo ou desdenhoso. Não chame o seu filho de "tímido" ou "nervoso"; experimente utilizar expressões positivas. Como está tentando superar uma dificuldade emocional, refira-se a ele como "forte" ou "lutador" para reduzir a vergonha que ele pode estar sentindo por conta da ansiedade.

  • Ajude-o durante uma crise de pânico. 

Quem sofre com transtornos de ansiedade pode apresentar crises de pânico ocasionais; tratam-se de momentos de pânico extremos e, muitas vezes, repentinos. A pessoa pode transpirar, hiperventilar e demonstrar outros sinais de incômodo. Caso seu filho esteja sofrendo uma crise, ajude-o!

·         Reafirme que tudo ficará bem. Diga coisas como "Vamos superar isso" e "Vais ficar bem". Por mais que sejam assustadores, os ataques de pânico dificilmente são perigosos. A pessoa pode achar que vai ter um enfarte ou desmaiar devido ao que está sentindo. Deixe claro que a resposta física é natural, mas não o machucará.

·         Se tem algo frio por perto, peça que ele o segure com firmeza. A sensação pode distraí-lo do pânico.

·         Peça que respire profundamente para se acalmar. Distraia-o também estimulando o pensamento com alguma atividade simples como tomar banho ou pegar algo na garagem.

·         As benzodiazepinas são medicamentos de ação rápida que podem ser utilizados quando necessários. Os comprimidos costumam agir em meia hora. Caso um médico tenha prescrito medicamentos, administre-o assim que o ataque de pânico surgir. Saiba que as benzodiazepinas podem ser viciantes; guarde-as em um armário trancado para evitar que ele as tome com frequência.

  • Determine se a ansiedade faz parte de um transtorno. 

Algumas ansiedades são comuns na adolescência, como as sentidas antes de uma apresentação na aula ou ao chamar alguém para um encontro. Caso o seu filho sofra de um transtorno de ansiedade, ele pode ficar ansioso sobre questões aparentemente pequenas que o impeçam de relaxar. Para identificar o transtorno, considere os seguintes sintomas:

  • Ansiedade e preocupação o tempo inteiro.

  • Ansiedade que interfere com atividades diárias como ir à escola ou passar um tempo com amigos.

  • Medo irracional aparentemente insuperável.

  • Evitar lugares ou atividades por medo da ansiedade.

  • Crises repentinas de pânico, com aceleramento cardíaco e suor frio.


Se for o caso:


  • Encontre um terapeuta

  • Pense cuidadosamente antes de recorrer aos medicamentos

  • Encontre um grupo de apoio onde possa falar abertamente sobre o assunto

  • Procure atenção médica imediata caso suspeite que seu filho possa tomar alguma atitude que ponha a saúde em risco


PROMOVENDO MUDANÇAS NO ESTILO DE VIDA


  • Encoraje a alimentação saudável e a prática de exercícios. ·        

Compre alimentos saudáveis e sirva refeições nutritivas no decorrer da semana. Tenha sempre frutas e legumes como petiscos para o decorrer do dia. Faça refeições ricas em grãos integrais e proteínas magras, como os peixes e os frangos. Evite bebidas ricas em açúcar e cafeína, pois tratam-se de substâncias que aumentam a ansiedade.

·         Encoraje a prática de atividades físicas. Matricule-o num curso de ioga, uma atividade bastante associada à redução da ansiedade.

  • Ensine bons hábitos de sono. 

A falta de sono pode piorar a ansiedade, portanto, ajude-o a estabelecer uma rotina de sono.

Defina regras quanto ao uso de eletrónicos em casa. A iluminação de telemóveis e computadores pode estimular o organismo, dificultando o sono. Faça com que ele desligue as coisas um pouco antes da hora de dormir.

  • Ajude-o a relacionar-se com os outros. 

Quando se está stressado, manter contato com os outros é muito importante. Faça com que ele tenha tempo para sair com familiares e amigos, mesmo durante as crises de ansiedade.

  • Encoraje pensamentos positivos. 

Ajude-o a ter uma visão positiva da vida e do futuro. Encoraje-o a perseguir interesses e paixões; apoie os desejos e sonhos dele; deixe que ele explore as ambições para o futuro. Algumas épocas da adolescência, como finalizar o ensino médio e escolher uma faculdade, podem causar ansiedade. Faça com que seu filho as veja com animação.

  • Encontre modos de relaxar. 

Ajude o seu filho a relaxar quando ele estiver stressado.

Alguns mecanismos de enfrentamento podem ajudá-lo a manter a ansiedade sob controle:

·         A respiração profunda, a meditação, a ioga, a massagem e alguns outros exercícios que o ajudam a manter-se no momento presente podem ajudar no combate da ansiedade. Procure ajuda para isso, se necessário.

·         A distração pode ser útil! Quando estiver stressado, encoraje-o a encontrar modos de se divertir. Ofereça-se para jogar um jogo de tabuleiro após um dia cansativo. Sentem-se no sofá para assistir um filme divertido!

·         Encoraje-o filho a escrever sobre as preocupações e os seus motivos. A criação de um diário ajuda a tirar pensamentos complicados da cabeça.






 
 
 

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